segunda-feira, 18 de junho de 2012

Agricultura deve ganhar escala


O director regional de Agricultura e Pescas do Norte, Manuel Cardoso, defendeu em Moimenta da Beira, a união (e fusão) das empresas agrícolas para que estas “ganhem escala” no mundo cada vez mais concorrencial

Só assim, garantiu o responsável, “os empresários podem fazer face às exigências do mercado, no toca que à capacidade de resposta em negócios de grandes quantidades”. Manuel Cardoso deu como exemplo um caso recente em que uma encomenda de 1,2 milhões de litros de vinho, de determinadas características, não foi concretizada “porque nenhum agente económico tinha capacidade, por falta de dimensão, para satisfazer o pedido”.

O apelo à associação/fusão foi lançado numa reunião pro movida pela Associação de Fruticultores da Beira Távora (AFBT), que tem sede em Moimenta da Beira. No encontro, agricultores e empresários aproveitaram para criticar duramente as seguradoras pela política e preço elevado dos seguros de colheita.
“Fazem de nós gato-sapato”, desabafou Humberto Matos, presidente da AFBT. “É inacessível e incomportável”, acrescentou.

Para João Pereira da Silva, presidente da Cooperativa Agrícola do Távora, uma das soluções pode passar pela obrigação de todos os agricultores, com projectos de candidaturas aos apoios financeiros, fazerem
seguro de colheita. “As seguradoras terão então condições para tornar o seguro mais acessível, mais barato”, argumenta.

O dirigente da cooperativa referiu-se ainda à preocupante falta de jovens na agricultura e à necessidade “urgente” da implementação na região (que produz mais de 50% da maçã que o país consome) de uma política de harmonização de preços que se estenda também a acordos de apoio técnico e ao entendimento
nas políticas de comercialização e distribuição dos produtos entre as várias organizações agrícolas.

No fim do encontro, e antes da visita a alguns pomares e estruturas do concelho, o presidente da autarquia, José Eduardo Ferreira, pediu ao director regional para ouvir os agentes económicos da região “sempre que em cima da mesa estiverem a ser abordados temas directamente relacionados com eles”.

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